EUA suspendem vistos de Alexandre de Moraes, aliados e familiares por "ameaça à política externa"

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira (18), em publicação nas redes sociais, a revogação dos vistos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, além de seus familiares e aliados próximos da Corte. A decisão foi justificada com base em alegações de violações de direitos e interferência em questões que, segundo o governo americano, ultrapassam os limites da soberania brasileira e afetam interesses dos EUA.

Rubio classificou a atuação de Moraes nas investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro como uma “caça às bruxas política” e afirmou que o ministro estaria promovendo um ambiente de censura e perseguição. “Essa perseguição não só atinge cidadãos brasileiros, como também repercute além das fronteiras do Brasil, afetando até cidadãos americanos. Por isso, determinei a suspensão imediata dos vistos de Moraes, de seus aliados na Corte e de seus parentes próximos”, escreveu Rubio.

A medida foi embasada na Seção 212(a)(3)(C) da Lei de Imigração e Nacionalidade dos Estados Unidos, que permite ao governo americano barrar a entrada de estrangeiros considerados potencialmente prejudiciais à política externa do país.

O Departamento de Estado reforçou que a decisão não é comum e reflete a preocupação crescente com os desdobramentos políticos e jurídicos no Brasil. A pasta, no entanto, não detalhou quais membros do STF ou familiares foram afetados diretamente pela decisão.

A medida gerou reações nas redes sociais e acendeu o debate sobre possíveis tensões diplomáticas entre os dois países. Até o momento, o Itamaraty e o Supremo Tribunal Federal não se pronunciaram oficialmente sobre o episódio.

A decisão ocorre em meio ao acirramento da polarização política no Brasil e à intensificação das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, que envolve aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes é relator de diversos inquéritos no STF relacionados ao caso.

Redação ANH/DF