Brasil perde Jaguar, referência do humor crítico e irreverente

Morre Jaguar, cartunista e um dos fundadores de ‘O Pasquim’, aos 93 anos
Morreu neste domingo (24/8) Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, conhecido mundialmente como Jaguar, um dos maiores nomes do humor gráfico brasileiro. Ele tinha 93 anos e estava internado há três semanas no Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro, tratando de uma pneumonia.
Jaguar foi um dos idealizadores do jornal ‘O Pasquim’, famoso por suas sátiras políticas e charges que desafiaram a censura durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985). O periódico se tornou símbolo da resistência cultural e da liberdade de expressão, reunindo artistas e jornalistas que ousaram criticar o regime com humor e criatividade.
Sua trajetória começou ainda jovem, em 1952, quando ingressou como desenhista na revista Manchete, aos 20 anos. O apelido “Jaguar” foi sugerido pelo cartunista Borjalo, em um período em que ele trabalhava no Banco do Brasil. Foi o cronista Sérgio Porto, então seu superior, quem o incentivou a deixar o emprego bancário e seguir carreira na imprensa alternativa, onde conquistou reconhecimento nacional e internacional.
Ao longo de décadas, Jaguar marcou gerações de leitores e artistas com seu traço único, irreverência e coragem. Seus trabalhos misturavam crítica social, política e cultural, influenciando cartunistas contemporâneos e deixando um legado que vai muito além das páginas de jornais.
O humor gráfico brasileiro perde um ícone, mas a obra de Jaguar segue viva, inspirando profissionais e mantendo acesa a memória da resistência criativa em tempos de censura e repressão.
Redação ANH/RJ
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