Governo brasileiro reforça vigilância diante de possíveis ações dos EUA no STF

Governo brasileiro monitora risco de sanções americanas durante julgamento de Bolsonaro no STF
Integrantes do governo de Lula (PT) e do Supremo Tribunal Federal (STF) estão acompanhando de perto a possibilidade de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha novas sanções econômicas ao Brasil ou restrições a autoridades brasileiras com o andamento do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), previsto para setembro na Suprema Corte.
Segundo informações, ministros brasileiros destacam que os Estados Unidos têm interesse em influenciar politicamente o tribunal no contexto do processo que apura a chamada trama golpista, na qual Bolsonaro é apontado como um dos líderes. Apesar disso, as fontes ouvidas reforçam que o STF não pretende se submeter a pressões externas.
Além da tensão política, membros do governo manifestam preocupação com os impactos econômicos de recentes decisões da Corte. Um exemplo é a medida do ministro Flávio Dino, relacionada ao rompimento da barragem de Mariana (MG), que determinou que ordens judiciais ou executivas de governos estrangeiros só têm validade no Brasil se confirmadas pelo STF. O governo teme que essa interpretação possa afetar bancos que venham a cumprir sanções impostas por Washington, como a Lei Magnitsky, anteriormente aplicada contra o ministro Alexandre de Moraes.
As ações norte-americanas, incluindo a imposição de sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, foram justificadas com base em alegações de que Bolsonaro estaria sofrendo perseguição judicial no Brasil e de que Moraes violaria direitos humanos, beneficiando o governo Lula.
Fontes ministeriais afirmam que os EUA ainda dispõem de outros mecanismos de pressão, como sanções direcionadas a integrantes do STF, que poderiam ser aplicadas durante o julgamento como forma de intimidação. O governo brasileiro, por sua vez, busca minimizar impactos políticos e econômicos, mantendo diálogo com setores do Judiciário e do comércio exterior.
Especialistas consultados indicam que essa situação evidencia a crescente interseção entre política internacional e decisões judiciais internas, mostrando que medidas externas podem ter repercussão direta sobre a soberania e o funcionamento das instituições brasileiras.
Redação ANH/DF
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