Em uma sessão inédita no Senado Federal, a senadora Eudócia Caldas (PL-AL) conduziu um debate temático sobre os avanços nas pesquisas voltadas ao desenvolvimento de vacinas contra o câncer, utilizando a tecnologia de RNA mensageiro — considerada uma das inovações mais promissoras da medicina atual.

O encontro, ocorrido na última quarta-feira (30), contou com a participação de especialistas brasileiros e estrangeiros. O foco principal foi o Projeto de Lei 126/2025, de autoria da parlamentar, que propõe a criação de um marco regulatório para garantir o acesso a vacinas e medicamentos contra o câncer no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com ênfase na saúde integral e no aumento da expectativa de vida da população.

Durante sua fala, a senadora enfatizou que o câncer representa um desafio de saúde pública mundial, sendo uma das principais causas de mortalidade. Ela reforçou a necessidade de investir em soluções que ofereçam novas oportunidades de tratamento às pessoas diagnosticadas com a doença.

“A proposta busca instituir um marco regulatório que priorize a pesquisa e o uso de vacinas contra o câncer, com base em princípios como inovação científica, segurança, equidade no acesso, e capacitação contínua dos profissionais da saúde. O Brasil deve se posicionar na vanguarda da biotecnologia molecular e expandir as opções terapêuticas para seus cidadãos”, afirmou Eudócia.

O projeto destaca o desenvolvimento de vacinas personalizadas baseadas em RNA mensageiro, apoiando-se nos pilares da inovação, eficácia, acesso igualitário, formação de profissionais e estímulo à produção nacional. A senadora ressaltou que a proposta representa um compromisso político com a ciência e com o futuro da saúde pública no país.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) elogiou a iniciativa e declarou apoio à busca por novas soluções biotecnológicas que melhorem a qualidade de vida de pacientes oncológicos.

A sessão contou ainda com a presença de pesquisadores internacionais, como os professores Seth Cheetham (Universidade de Queensland, Austrália) e Lennard Lee (Universidade de Oxford, Reino Unido), que defenderam o potencial do RNA mensageiro no desenvolvimento de vacinas anticâncer. Ambos destacaram o papel fundamental de parcerias entre governos, universidades e setor privado para os avanços observados em seus países.

Também participaram do debate renomados especialistas brasileiros, entre eles a médica Ludhmila Hajjar, da Faculdade de Medicina da USP; Josiane Mourão, do Hospital de Amor de Barretos; Fernando Maluf, do Hospital Israelita Albert Einstein; e Gustavo Guimarães, da Beneficência Portuguesa.

A importância da inteligência artificial na criação de vacinas personalizadas e no fortalecimento da medicina de precisão também foi debatida. Os participantes ressaltaram que a cooperação internacional será essencial para que o Brasil se torne referência em inovação biomédica.

A sessão foi considerada um marco no Senado, representando uma resposta concreta à demanda por políticas públicas modernas. “O PL 126/2025 é mais do que uma iniciativa legislativa — é esperança transformada em vacina”, concluiu a senadora.

Redação ANH/AL