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Maceió,28/07/2025

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Censo da População em Situação de Rua começa nesta quarta (16) em Alagoas

Agência Alagoas
Censo da População em Situação de Rua começa nesta quarta (16) em Alagoas Governo de Alagoas inicia levantamento da população em situação de rua.

Governo de Alagoas inicia Censo da População em Situação de Rua para orientar políticas públicas e garantir dignidade

O Governo de Alagoas deu início nesta quarta-feira (16) ao primeiro Censo Estadual da População em Situação de Rua. A ação marca um passo inédito e fundamental para o enfrentamento da vulnerabilidade social no estado, com o objetivo de mapear quem são, onde estão e quais são as necessidades urgentes das pessoas que vivem nas ruas alagoanas.

A iniciativa faz parte do Plano Integrado de Acolhimento da População em Situação de Rua, lançado em junho pelo governador Paulo Dantas, e é fruto da articulação entre o poder público e movimentos sociais. O levantamento começa por Maceió, com aplicação dos primeiros questionários na Casa de Ranquines e nas ruas do bairro Benedito Bentes, e será expandido gradualmente para outros municípios do estado.

Diagnóstico necessário para garantir direitos

O Censo busca levantar dados precisos sobre o perfil dessa população, como faixa etária, condição de saúde, grau de escolaridade, histórico familiar, além de preferências quanto à moradia — se desejam casa própria, abrigo institucional ou aluguel social. As informações coletadas irão subsidiar políticas públicas direcionadas à inclusão, proteção social e promoção da dignidade humana.

“O que não é medido, não é visto. E o que não é visto, não é prioridade. Sabemos que para enfrentar essa realidade com seriedade é necessário ouvir, conhecer e respeitar essas pessoas. Com o censo, buscamos mais do que números. Queremos construir soluções reais e duradouras”, afirmou o governador Paulo Dantas.

A metodologia do levantamento foi elaborada em parceria com instituições como o Ministério Público do Estado, a Defensoria Pública, o Comitê Gestor Estadual Intersetorial da Política Nacional para a População em Situação de Rua e o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR). A participação dessas entidades garante legitimidade ao processo e assegura que as abordagens respeitem os direitos e a dignidade das pessoas entrevistadas.

Movimento social comemora conquista

Para Luana Vieira da Silva, coordenadora estadual do MNPR, o início do censo representa uma vitória histórica para a população em situação de rua. “Essa é uma pauta urgente, especialmente agora, em meio ao período chuvoso, que agrava ainda mais a condição de quem vive nas ruas. O censo é um marco de reconhecimento. É a sociedade dizendo: ‘vocês existem e têm direito a oportunidades’. Mais do que acolher, é preciso criar caminhos para a reconstrução da vida”, destacou.

Ela também ressalta a importância da participação do movimento social no planejamento e na execução da política. “A escuta qualificada é essencial. Quem vive a realidade da rua precisa estar na mesa de decisão. Essa parceria com o Governo de Alagoas fortalece a construção de uma política pública mais justa, humanizada e eficaz”, completou.

Transparência e controle social

Todos os dados levantados serão disponibilizados publicamente por meio do Observatório da População em Situação de Rua de Alagoas, plataforma digital que será hospedada no portal da Agência Alagoas. A ferramenta vai reunir dados estatísticos, relatos, ações e resultados das políticas públicas, garantindo total transparência à sociedade civil e fortalecendo o controle social sobre o tema.

Segundo a secretária de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social, Kátia Born, a transparência e a articulação entre secretarias são pontos-chave para o sucesso do plano. “O compromisso do Governo é com o resgate da cidadania. Por isso, estamos trabalhando de forma integrada com as áreas da saúde, segurança, educação, habitação e trabalho. A resposta precisa ser ampla e coordenada, porque é isso que gera transformação real”, pontuou.

Rede de acolhimento em expansão

Além do censo, o Governo de Alagoas já executa ações contínuas voltadas à população em situação de rua. Atualmente, equipes de abordagem social percorrem as ruas diariamente para identificar casos de vulnerabilidade e encaminhar pessoas para os serviços da rede socioassistencial. Entre as medidas em andamento, estão:



  • Ampliação das vagas em casas de acolhimento (de 160 para 480);




  • Oferta de aluguel social no valor de R$ 800 para mil pessoas;




  • Distribuição de kits de alimentação e higiene;




  • Emissão de documentos civis;




  • Inclusão em cursos de capacitação profissional e ações de geração de renda.



Para fortalecer esse trabalho, a Secretaria de Assistência Social abriu um edital de chamamento público para selecionar organizações da sociedade civil interessadas em atuar no acolhimento institucional de forma qualificada. As entidades podem se inscrever pelo site assistenciasocial.al.gov.br.

Alagoas como exemplo nacional

O modelo adotado em Alagoas, com forte componente de escuta e atuação intersetorial, tem chamado a atenção de outros estados. “A política pública que está sendo construída aqui serve de referência. Sempre que participamos de encontros nacionais, levamos o exemplo de iniciativas como o programa Ronda no Bairro, que atua com respeito e sensibilidade. Isso mostra que é possível unir segurança e cidadania em uma mesma ação”, afirmou Luana Vieira.

Com o início do censo, Alagoas dá mais um passo firme em direção a uma política pública baseada em dados, diálogo e empatia. O grande desafio é transformar o que hoje é exclusão em oportunidade — e o primeiro passo é saber, com exatidão, quem precisa ser visto, ouvido e acolhido.

Redação ANH/AL




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