Piauí lidera emissões da nova Carteira de Identidade Nacional e atinge mais de 1,25 milhão de documentos

Com 37% da população já cadastrada, estado avança na modernização da identificação civil. Primeira via do documento é gratuita.

O Piauí se destaca no cenário nacional como o estado com maior percentual de sua população já cadastrada na nova Carteira de Identidade Nacional (CIN). De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, até o dia 23 de julho de 2025, foram emitidos 1,25 milhão de documentos no estado, o que representa 37,19% dos piauienses.

Em números absolutos, o Piauí ultrapassou a média nacional que já contabiliza mais de 30 milhões de emissões em todo o Brasil e mostra um avanço expressivo na adesão ao novo modelo de identificação, que unifica o número do CPF como registro principal do cidadão e traz mais segurança, padronização e acesso digital.

A CIN tem emissão gratuita na primeira via e está disponível para todos os brasileiros. No Piauí, os dados mostram uma média diária de 1.117 emissões. Somente no mês de julho, mais de 43,9 mil cidadãos piauienses solicitaram o novo documento.

Perfil dos piauienses que mais emitiram a CIN

A maior parte dos documentos foi emitida por mulheres, com 647,6 mil registros (51,58%), enquanto homens representaram 607,8 mil emissões (48,41%). A faixa etária que mais procurou o novo documento é a de jovens entre 15 e 19 anos, com 113,4 mil emissões (9,04% do total). Em seguida, aparecem adultos de 35 a 39 anos, com 111,6 mil solicitações (8,89%).

O dado revela um interesse maior entre jovens e pessoas em idade economicamente ativa, refletindo também a importância do novo documento para o acesso a oportunidades de emprego, programas sociais e serviços públicos digitais.

Inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência

O levantamento nacional também evidencia o avanço da inclusão social. Das mais de 30 milhões de CINs emitidas em todo o país, 493 mil foram para pessoas com deficiência. No Piauí, 23.874 pessoas com deficiência já emitiram o novo documento, com destaque para os registros feitos por pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que somam 10,3 mil casos — o equivalente a 39,72% desse grupo.

Também foram registrados 5,9 mil emissões para pessoas com deficiência intelectual (22,67%), 5,6 mil para pessoas com deficiência física (21,68%), 2,6 mil com deficiência visual (10,25%) e 1.476 com deficiência auditiva (5,67%).

A CIN permite a inclusão de informações específicas sobre a condição da pessoa com deficiência, respeitando o direito à identificação diferenciada e garantindo mais dignidade e acessibilidade no atendimento público.

Tecnologia a favor da segurança e cidadania

A nova carteira de identidade conta com recursos modernos para aumentar a segurança dos dados do cidadão. Um dos principais avanços é a inclusão de um QR Code, presente nas versões física e digital que contém uma assinatura digital capaz de garantir a autenticidade do documento, dificultando fraudes e falsificações.

Outro ponto positivo é que o novo modelo facilita o acesso ao portal GOV.BR, permitindo que o cidadão ative a conta nível Ouro, com acesso completo a mais de 4 mil serviços digitais do governo federal, estaduais e municipais.

A unificação da base de identificação também possibilita a redução de inconsistências nos cadastros públicos e melhora o controle da prestação de serviços sociais, previdenciários e de segurança.

Biometria e uso nos benefícios sociais

O governo federal também deu mais um passo em direção à modernização dos programas sociais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que regulamenta o uso da biometria na concessão, renovação e manutenção de benefícios da seguridade social. A medida prevê o uso da nova CIN como referência principal para o cadastro dos beneficiários.

A implementação ocorrerá de forma gradual, respeitando o prazo de adaptação dos cidadãos que já recebem benefícios. “Queremos um Estado mais moderno, eficiente e próximo de cada cidadão. Um governo para cada pessoa”, declarou Lula em publicação na rede social X (antigo Twitter).

Aplicativo permite validação e verificação do documento

Como parte da estratégia de digitalização e segurança, o governo lançou o aplicativo oficial da CIN, que permite verificar se o documento foi emitido corretamente. O app é gratuito e opera em dois modos: o completo, que apresenta todas as informações da base nacional quando há conexão com a internet, e o modo off-line, que permite conferir o CPF e a data de nascimento.

Com a ferramenta, órgãos públicos e empresas privadas podem confirmar a autenticidade do documento com mais rapidez e segurança, facilitando a vida do cidadão em processos como abertura de contas, matrículas, atendimento de saúde e contratação de serviços.

Piauí avança na digitalização da cidadania

Com mais de 1,25 milhão de emissões, o Piauí reforça seu protagonismo na adesão ao novo modelo de identidade, que representa um passo importante para a inclusão digital, o fortalecimento da cidadania e a construção de um serviço público mais seguro e eficiente.

A expectativa é de que o número de emissões continue crescendo nos próximos meses, à medida que a população compreende os benefícios da CIN e o governo amplia a divulgação e os pontos de atendimento. A meta nacional é substituir completamente os antigos RGs até 2032.

Redação ANH/PI