Produtora brasileira envia contêineres de mel antes de sobretaxa americana

Casa Apis antecipa envio de mel aos EUA para escapar de tarifa de 50%
A Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), sediada em Picos (PI), está enviando dois contêineres de mel para os Estados Unidos antes da entrada em vigor da nova tarifa de 50% imposta pelo governo norte-americano. O embarque está previsto para este fim de semana, e a carga deve deixar o Piauí ainda nesta sexta-feira (1º).
A medida antecipa os efeitos do decreto assinado pelo ex-presidente Donald Trump, que aumenta a taxação sobre o mel brasileiro a partir da próxima quarta-feira (6). A Casa Apis, uma das principais exportadoras do setor no estado, busca evitar prejuízos imediatos com a nova política tarifária.
Segundo o diretor-geral da cooperativa, Sitonho Dantas, a operação foi planejada com urgência para garantir que a carga chegue aos EUA antes da aplicação da nova alíquota. “Estamos finalizando o envio dos dois contêineres, que seguirão para o porto ainda hoje. O embarque será feito no fim de semana. Como a responsabilidade do exportador termina no porto, a tarifação será assumida pelos importadores norte-americanos”, explicou.
Dantas informou ainda que a Casa Apis mantém contratos com empresas dos Estados Unidos válidos até dezembro de 2025. Após esse período, as negociações deverão ser revistas à luz das novas condições comerciais. “Vamos enfrentar dificuldades e possíveis perdas, mas continuamos como referência na produção de mel no Nordeste”, disse.
A medida dos EUA atinge em cheio o setor apícola brasileiro, especialmente no Piauí, onde a safra atual está sendo concluída. A Casa Apis reúne cerca de 2 mil apicultores e exporta mel para diversos mercados internacionais, como Europa, América do Norte e Ásia.
A nova tarifa é vista com preocupação por produtores e entidades do setor, que temem impactos negativos sobre a competitividade do mel brasileiro no mercado externo. No segundo semestre, muitos apicultores piauienses retomam a produção em áreas do Maranhão e da Bahia, o que pode elevar os custos logísticos em um momento de instabilidade comercial.
Redação ANH/PI
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