Naufrágio no Golfo de Áden deixa dezenas de migrantes mortos

Tragédia no Mar Vermelho: Naufrágio com migrantes etíopes deixa dezenas de mortos e desaparecidos na costa do Iêmen
Uma tragédia envolvendo migrantes etíopes abalou a costa do Iêmen neste início de agosto. Pelo menos 76 pessoas morreram e dezenas seguem desaparecidas após o naufrágio de uma embarcação no Golfo de Aden, próximo à província de Abyan, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (4) pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A embarcação, que transportava aproximadamente 157 migrantes, enfrentava a difícil travessia rumo ao território iemenita quando virou e afundou. As autoridades locais confirmaram o resgate de 32 sobreviventes, que receberam atendimento emergencial, enquanto equipes de resgate seguem trabalhando para localizar os desaparecidos e recolher os corpos espalhados pelas praias da região.
O naufrágio expõe a vulnerabilidade dos migrantes que, fugindo de condições difíceis em seus países de origem, especialmente da Etiópia, enfrentam perigosas jornadas por terra e mar em busca de uma vida melhor. O estreito de Bab Al-Mandab, que separa o Iêmen do Djibuti, é uma das principais rotas utilizadas, apesar dos riscos evidentes.
Desde o início do conflito que assola o Iêmen, em 2014, o país tem sido cenário de uma grave crise humanitária, mas isso não tem impedido o fluxo contínuo de migrantes que tentam alcançar os países ricos do Golfo, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, onde há uma demanda por mão de obra estrangeira.
Organizações internacionais alertam que a rota pelo Mar Vermelho é uma das mais perigosas do mundo para migrantes e refugiados. Em 2024, pelo menos 558 pessoas perderam a vida tentando atravessá-la, sendo a maioria vítimas de naufrágios e acidentes com embarcações precárias e superlotadas.
Além das condições adversas do mar, os migrantes ainda enfrentam a ação de traficantes de pessoas, que frequentemente forçam situações de risco extremo. No mês passado, oito pessoas morreram após serem obrigadas a abandonar um barco antes da chegada à costa iemenita.
O episódio recente reforça a necessidade de ações internacionais coordenadas para combater o tráfico humano e proteger os direitos dos migrantes, além de buscar soluções duradouras para as crises que forçam milhões a arriscar suas vidas em jornadas perigosas.
Enquanto isso, as equipes de resgate no Iêmen continuam os trabalhos na região de Abyan, buscando salvar vidas e prestar assistência às vítimas dessa nova tragédia no Mar Vermelho.
Redação ANH
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