Governo Federal investe em educação científica e tecnológica no Ceará

Ceará vai receber quase R$ 200 milhões do Governo Federal para ciência, tecnologia e inovação
O Ceará está prestes a receber quase R$ 200 milhões do Governo Federal para fortalecer a pesquisa científica, a educação tecnológica e parcerias estratégicas com empresas locais. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (22), no Palácio da Abolição, em Fortaleza, durante cerimônia que reuniu autoridades estaduais, representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e lideranças do setor produtivo.
Do montante total, R$ 128 milhões serão destinados a projetos ligados à transição energética, incluindo o desenvolvimento de energias renováveis, produção de amônia e hidrogênio verde. Os recursos serão liberados por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
Outros R$ 70 milhões vão para capacitação em Inteligência Artificial (IA), por meio da Lei de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), em parceria com a empresa Softex. A iniciativa integra o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que prevê aportes de R$ 23 bilhões até 2028, com foco na formação de profissionais, inovação tecnológica e fortalecimento da competitividade nacional.
Ceará, referência em ciência e tecnologia
A ministra Luciana Santos destacou a importância do Ceará como polo de educação e pesquisa no país.
“Quase 20% dos medalhistas de todas as olimpíadas brasileiras do conhecimento vêm do Ceará. O estado é uma potência em ciência e educação”, afirmou, ressaltando que os investimentos devem contemplar todas as regiões do Brasil, promovendo justiça social e redução das desigualdades regionais.
O governador Elmano de Freitas reforçou que o mundo passa por uma mudança na matriz energética e que o Ceará já investe há anos em energia renovável, em parceria com universidades e indústrias.
“A produção de hidrogênio verde é um projeto estratégico para o desenvolvimento econômico do estado. Estamos trabalhando para consolidar o Ceará como referência nacional e internacional nesse setor”, disse.
Caravana da Ciência celebra 40 anos do MCTI
No mesmo dia, Fortaleza recebeu a Caravana da Ciência, ação comemorativa pelos 40 anos do MCTI. O Ceará é o quinto estado a receber o evento e figura entre os principais parceiros do ministério na implementação de políticas públicas para ciência, tecnologia e inovação.
Até agora, o MCTI já aplicou mais de R$ 1,3 bilhão no estado, contemplando universidades, instituições de pesquisa, empresas, startups e ações de capacitação. Para o ministério, esses investimentos consolidam o Ceará como um dos polos emergentes de inovação do Brasil.
Educação tecnológica e inclusão digital
O Programa Rede Pop Ciência Ceará já recebeu mais de R$ 10 milhões para ações como feiras, olimpíadas, exposições, museus e entrega de equipamentos de informática a escolas indígenas. Serão distribuídos 40 kits contendo computador, retroprojetor e máquina de xerox, em um investimento de R$ 288,1 mil.
“Hoje temos 44 escolas indígenas no estado. Vamos trabalhar para atender as quatro que ainda não receberam os kits”, afirmou a secretária dos Povos Indígenas, Juliana Alves, ressaltando que professores participarão de formações em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
O Programa Mais Ciência na Escola receberá R$ 15 milhões até 2026, destinados à instalação de laboratórios “mão-na-massa”, capacitação de docentes e apoio a estudantes e professores. Já o programa Conhecimento Brasil – Atração e Fixação de Talentos aprovou cerca de R$ 16 milhões em projetos no Ceará, que atualmente conta com aproximadamente 400 bolsas de Produtividade em Pesquisa em atividade.
Investimento estratégico para o futuro
Segundo especialistas, os recursos aplicados no Ceará têm potencial para transformar o estado em referência nacional em inovação, ciência e tecnologia, promovendo desenvolvimento econômico, geração de empregos qualificados e fortalecimento da educação científica. A combinação de transição energética, inteligência artificial e formação de talentos cria um cenário de oportunidades para universidades, empresas e comunidades locais.
“O Ceará demonstra que é possível aliar crescimento econômico à inclusão tecnológica e social. Investir em ciência e inovação é investir no futuro”, concluiu a ministra Luciana Santos.
Redação ANH/CE
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