Fortaleza investe em saúde mental e convoca mais de 170 concursados

Fortaleza amplia Rede de Atenção Psicossocial com posse de 178 novos profissionais
A Prefeitura de Fortaleza deu um passo importante na ampliação da política de saúde mental da capital. Nesta terça-feira (26), 178 profissionais concursados foram empossados e irão reforçar a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) a partir do próximo mês. O grupo é formado por médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e enfermeiros, que estarão distribuídos nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e nas unidades de acolhimento do município.
A solenidade de posse ocorreu no Teatro São José, no Centro, e reuniu autoridades, gestores e familiares dos novos servidores. O prefeito Evandro Leitão ressaltou que a pandemia de Covid-19 trouxe à tona uma demanda crescente por serviços de saúde mental, mas a rede pública municipal enfrentava sérias dificuldades estruturais.
“Estamos vivendo um momento de mudança, de transformação e de requalificação. Queremos avançar cada vez mais e oferecer uma saúde de qualidade à população fortalezense”, declarou o prefeito.
Reforço estratégico
A chegada dos novos profissionais faz parte do programa Saúde que Cuida, voltado à ampliação e qualificação da rede municipal de saúde, com ênfase no atendimento em saúde mental dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Riane Azevedo, a lotação dos profissionais será definida conforme as necessidades de cada equipamento. “O objetivo é completar as equipes, redimensionar a força de trabalho e garantir que todas as unidades tenham condições de atender de forma adequada e humanizada”, explicou.
Os profissionais devem começar a atuar nos Caps já no dia 1º de setembro.
Tripé de melhorias
Durante a cerimônia, o prefeito destacou que a reestruturação da rede municipal de saúde mental será sustentada por três eixos principais:
Infraestrutura: obras de recuperação e modernização das unidades de saúde;
Profissionais: convocação de concursados da Raps, da Fagifor e do IJF, ultrapassando 1.000 novas contratações;
Medicamentos: regularização do abastecimento e distribuição para a rede municipal.
Apesar das medidas de contenção de despesas vigentes na Prefeitura, Evandro Leitão destacou que a ampliação da Raps é prioridade: “Mesmo com limitações orçamentárias, precisamos investir onde a população mais sente falta: na qualidade da assistência em saúde”.
Expansão em andamento
O programa Saúde que Cuida também prevê a reforma das 16 unidades de Caps existentes em Fortaleza. A meta, segundo o prefeito, é dobrar o número de equipamentos até o final da gestão, ampliando o alcance da rede e garantindo mais acesso aos serviços de saúde mental.
“Hoje temos 16 Caps em funcionamento, mas a cidade precisa de muito mais. Nossa meta é, no mínimo, duplicar esse número, porque a demanda é crescente e exige resposta rápida”, afirmou.
Contexto nacional
O fortalecimento da rede municipal acontece em um momento em que especialistas em saúde pública apontam para o aumento dos casos de depressão, ansiedade e outras doenças ligadas ao sofrimento psíquico. Dados do Ministério da Saúde indicam que o Brasil é um dos países com maior índice de transtornos de ansiedade no mundo, o que torna investimentos como este ainda mais urgentes.
A chegada dos novos profissionais representa, portanto, não apenas a ampliação do quadro funcional, mas também um marco na política de saúde mental de Fortaleza, que busca se adequar às novas demandas sociais e oferecer atendimento mais próximo, humano e de qualidade.
Redação ANH/CE
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