Transnordestina transforma logística e agronegócio no Nordeste

Transnordestina deve revolucionar transporte de cargas e economia no Ceará
A ferrovia Transnordestina promete transformar a logística e impulsionar a economia do Nordeste, especialmente do Ceará. Com 1.206 km de extensão na linha principal, o projeto conecta Eliseu Martins, no Piauí, ao Porto do Pecém, no Ceará, abrangendo 28 municípios cearenses e garantindo 608 km de infraestrutura estratégica para o escoamento de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis, minérios e outros produtos essenciais para a região.
O empreendimento busca integrar a produção local, fortalecer os negócios regionais, dinamizar o comércio e projetar o Brasil em mercados internacionais. Segundo Heitor Studart, coordenador do Núcleo de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), a operação ferroviária pode resultar em um aumento de cerca de 400 navios anuais no Porto do Pecém, reforçando o papel estratégico do complexo portuário para a economia nordestina.
Pátios intermodais e polos de produção
A ferrovia contará com pátios intermodais distribuídos ao longo do traçado, que vão concentrar e organizar o despacho das cargas. Entre os principais pontos estão:
Eliseu Martins (PI): polo de minérios;
Simplício Mendes (PI): integração com a BR-020 e movimentação de grãos como soja, milho e algodão;
Trindade (PE): zona agrícola com destaque para grãos e fruticultura;
Salgueiro (PE): movimentação de minérios;
Missão Velha (CE): polo agrícola e industrial do Crajubar, com forte presença da fruticultura;
Iguatu (CE): polo econômico interiorano, destacando agronegócio e produção de rações;
Quixeramobim (CE): polo de rações e grãos e relevante bacia leiteira;
Baturité (CE): polo de grãos e fruticultura da região do Maciço;
Maranguape (CE): região metropolitana de Fortaleza, com grande parque industrial e pontos estratégicos de rodovias.
Redução de custos e maior eficiência
O transporte ferroviário, segundo Studart, é até 30% mais econômico que o rodoviário, já que cada vagão equivale a aproximadamente quatro caminhões. Um trem convencional com 70 vagões poderia substituir cerca de 280 caminhões, reduzindo custos e otimizando a logística do escoamento de mercadorias.
“O Ceará possui polos leiteiros, agrícolas e avícolas abastecidos por grãos. Somos um dos maiores produtores de rações do Nordeste, para gado, aves, peixes, camarões e pets. Com a ferrovia, todas essas cargas chegarão com preços mais competitivos”, afirma o coordenador da Fiec.
Além da economia, a ferrovia oferece mais segurança, já que o transporte rodoviário de combustíveis apresenta maior risco de acidentes, incêndios e explosões. A Transnordestina garante entregas seguras, menores custos e contribui para a integração econômica das regiões do interior cearense que hoje não têm acesso direto a portos.
Impulso para produtores e geração de empregos
O projeto também deve gerar mais oportunidades de emprego, beneficiar pequenos e médios produtores e fortalecer a economia local. Segundo Studart, a ferrovia vai permitir que diversas regiões do interior cearense escoem suas safras de forma eficiente, sem depender exclusivamente do transporte rodoviário, tornando o setor mais competitivo e sustentável.
A Transnordestina não é apenas uma obra de infraestrutura; trata-se de um investimento estratégico para consolidar o Ceará como polo logístico e econômico do Nordeste, conectando produção local a mercados nacionais e internacionais.
Redação ANH/CE
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