Dólar sobe com incertezas sobre tarifas de Trump e queda nas commodities

O real continua enfraquecido em relação ao dólar no mercado à vista, acompanhando a tendência de valorização da moeda americana frente a outras divisas de países emergentes. Preocupações renovadas sobre o impacto econômico das tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, e a queda das commodities também contribuem para a pressão. A partir de 2 de abril, as tarifas recíprocas dos EUA entram em vigor.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil provavelmente será afetado, já que Trump tem gerado conflitos com diversas nações e o país não ficará imune. A União Europeia adiou suas tarifas retaliatórias contra os EUA até meados de abril, enquanto os Estados Unidos já aumentaram a taxação sobre aço e alumínio para 25%.
O senador republicano Steve Daines, um forte apoiador de Trump, está em Pequim no meio de uma troca de ameaças tarifárias e acusações entre Washington e Pequim sobre o tratamento do comércio ilegal de fentanil.
Em relação ao setor fiscal, o Congresso aprovou o orçamento deste ano, que agora segue para sanção presidencial. A proposta continua gerando preocupações, especialmente devido às despesas que não foram contabilizadas no cálculo do orçamento.
O ministro Fernando Haddad defendeu a reforma da renda e a aprovação de uma taxação sobre os mais ricos para compensar a isenção do Imposto de Renda para rendimentos até R$ 5 mil até o final do ano, caso haja uma compensação adequada.
O projeto de lei que propõe a isenção do IR está sendo criticado pela Warren Investimentos, que considera que as medidas compensatórias estão superestimadas e os custos da isenção, subestimados. O governo federal prevê uma perda de R$ 25,8 bilhões em receitas, enquanto a Warren estima uma renúncia de R$ 34 bilhões.
No setor corporativo, a Cemig reportou um aumento na alavancagem no quarto trimestre de 2024, com uma relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado de 1,3 vez, comparado a 0,89 vez no trimestre anterior. A CCR, por sua vez, vai propor uma mudança de razão social e de marca para "Motiva Infraestrutura de Mobilidade S.A." na assembleia de acionistas marcada para 23 de abril.
Na quinta-feira, 20, o dólar à vista subiu 0,49%, para R$ 5,6758, após sete quedas consecutivas, refletindo a valorização da moeda americana depois que o Federal Reserve manteve os juros inalterados nos EUA. Na manhã de sexta-feira, 21, o dólar renovou sua máxima intradia, alcançando R$ 5,7213, uma alta de 0,80%.
Redação ANH/DF
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