Desde que foi inaugurada em 2022, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Piauí tem registrado um avanço significativo, contribuindo de forma decisiva para a economia do estado. Em 2024, o volume de exportações aumentou de forma notável: um crescimento de 3.500% em relação ao ano anterior. Foram exportadas 720 toneladas de cera de carnaúba, um salto em comparação às 20 toneladas comercializadas em 2023.

O presidente da ZPE Piauí, Álvaro Nolleto, afirma que esses números comprovam a relevância da iniciativa para o progresso econômico da região e que o cenário é promissor. “Estamos apenas no começo. Seis empresas já tiveram seus projetos aprovados pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), e três delas iniciam seus investimentos ainda este ano”, destacou.

Entre os projetos em desenvolvimento está o da empresa Moinho Piauí, que vai investir R$ 40 milhões na produção de fécula de mandioca. A expectativa é que a fábrica entre em operação em até 18 meses, com geração de cerca de 50 empregos diretos e mais de 500 indiretos. Pequenos produtores e agricultores familiares da região devem ser os principais beneficiados. “A cadeia produtiva da mandioca envolve muitas famílias e impulsiona a economia rural local”, explicou Nolleto.

Outro investimento relevante vem do Grupo Arrey, que irá aplicar R$ 10 milhões em uma indústria de beneficiamento de castanha de caju. A planta industrial deve gerar aproximadamente 150 empregos diretos, com destaque para a inclusão de mulheres: 90% das vagas serão destinadas ao público feminino.

Já a Solatio, empresa do ramo de energia, projeta investir cerca de R$ 27 bilhões na instalação de uma usina para produção de hidrogênio verde. A operação está prevista para iniciar entre o final de 2028 e o começo de 2029, devendo criar entre 2.500 e 3.000 empregos diretos e fortalecer a matriz energética limpa do estado.

Instalada em Parnaíba, a ZPE Piauí não retorna receita direta ao estado, já que oferece isenção fiscal às empresas que nela se instalam. Ainda assim, o impacto indireto é expressivo: os incentivos atraem grandes investimentos, promovem o crescimento econômico, ampliam a oferta de empregos e fomentam a industrialização da região.

Atualmente, duas empresas estão em plena atividade na ZPE: a Agrocera, voltada à produção de cera de carnaúba, e a Ecopellets, que fabrica madeira ecológica utilizando resíduos vegetais. Além disso, o Tech Export Hub atua na área com diversas startups, gerando mais de 200 empregos diretos.

Redação ANH/PI