Brasil registra menor taxa de informalidade desde 2020, segundo IBGE

Informalidade no Brasil recua e atinge menor patamar desde 2020, segundo IBGE
O mercado de trabalho brasileiro registrou uma taxa de informalidade de 37,8% no trimestre encerrado em maio de 2025, o menor índice desde agosto de 2020, quando o percentual era de 37,6%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (27).
De acordo com o analista do IBGE William Kratochwill, essa é a terceira menor taxa de informalidade da série histórica da pesquisa, o que aponta para uma tendência positiva de crescimento do trabalho formal no país, mesmo diante de um contexto ainda desafiador na economia.
Crescimento da ocupação com foco na formalidade
Apesar do leve aumento no número de trabalhadores informais — 191 mil a mais em relação ao trimestre anterior — o avanço do emprego no período foi majoritariamente puxado pelo aumento das vagas formais. No total, o mercado de trabalho gerou 1,207 milhão de novos postos no trimestre encerrado em maio, o que indica que a maioria dessas oportunidades foi preenchida com vínculos formais de emprego.
Isso demonstra que, embora a informalidade ainda represente uma parcela significativa da força de trabalho no país, há um movimento gradual de recuperação da formalização, com impactos diretos na renda, na proteção social e na estabilidade dos trabalhadores.
Perfil da informalidade
A informalidade inclui trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, empregados domésticos sem registro, empregadores e trabalhadores por conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares que não recebem remuneração direta e trabalham ajudando parentes em negócios informais.
No detalhamento por categoria, o trimestre apresentou:
Aumento de 157 mil empregados sem carteira assinada no setor privado;
Crescimento de 78 mil trabalhadores domésticos também sem carteira assinada;
Mais 18 mil empregadores atuando sem CNPJ;
E 80 mil trabalhadores por conta própria sem CNPJ.
Por outro lado, o número de trabalhadores em regime de ajuda familiar não remunerada caiu em 143 mil pessoas, o que pode indicar uma migração para formas de trabalho mais independentes, mesmo que ainda informais.
Comparação anual
Na comparação com o mesmo período de 2024, o total de trabalhadores informais cresceu 0,4%, com acréscimo de 137 mil pessoas. Já no recorte trimestral, o avanço foi de 0,5%.
Mesmo com o leve crescimento absoluto do contingente informal, a redução na taxa proporcional indica que o número de empregos formais aumentou em ritmo superior, o que é um sinal de melhora da qualidade das ocupações.
Redação ANH/DF
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