Goleada histórica leva seleção feminina à final da Copa América e garante Brasil nas Olimpíadas de 2028

A seleção brasileira feminina de futebol deu um passo importante rumo à consolidação de sua hegemonia no continente. Com uma atuação dominante, o Brasil venceu o Uruguai por 5 a 1, na noite da última terça-feira (29), no Estádio Casa Blanca, em Quito, no Equador, pela semifinal da Copa América. Com o resultado, além da vaga na decisão do torneio, a equipe garantiu o primeiro passaporte do esporte brasileiro para os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028.

Transmitido ao vivo pela TV Brasil, o confronto marcou uma das melhores exibições da equipe sob o comando do técnico Arthur Elias. “Acredito que foi nossa melhor atuação até aqui. Trabalhamos para que o time chegasse à fase decisiva com o máximo de entrosamento e equilíbrio físico e tático. A classificação olímpica era uma obrigação, mas não deixa de ser uma conquista significativa. Agora é focar na final e buscar o título”, afirmou o treinador em coletiva após a partida.

Domínio desde o início

A superioridade brasileira se impôs desde os primeiros minutos. Aos 11 do primeiro tempo, Marta levantou a bola na área e Amanda Gutierres, de cabeça, abriu o placar. Dois minutos depois, Amanda cruzou pela direita, Fátima Dutra dividiu com a zaga, e Gio Garbelini completou para o gol: 2 a 0. O terceiro veio aos 27 minutos, em cobrança de pênalti da própria Marta, que marcou seu primeiro gol nesta edição da competição — o 120º com a camisa da seleção. Aos 39 anos, a camisa 10 foi escolhida como a melhor jogadora da partida.

O Uruguai descontou no início da segunda etapa, aos seis minutos, após escanteio cobrado por Fefa Lacoste que terminou em gol contra de Isa Haas. Mas qualquer esperança de reação foi rapidamente frustrada: aos 20 minutos, Amanda Gutierres cobrou falta com força e precisão, fazendo o quarto gol. Aos 41, Dudinha fechou a goleada após passe de Duda Sampaio, invadindo a área e finalizando com categoria.

Tradição mantida

O Brasil mantém sua tradição de protagonismo na Copa América Feminina. Esta é a décima edição do torneio, e a seleção canarinho esteve presente em todas as finais, com oito títulos e apenas um vice-campeonato, em 2006. Nas edições em que houve mata-mata (1995, 1998 e 2022), o Brasil também saiu vencedor.

A última conquista foi justamente contra a Colômbia, adversária da final deste ano. Em 2022, as brasileiras venceram por 1 a 0, em solo colombiano, e levantaram o troféu. A nova decisão está marcada para sábado (2), às 18h (horário de Brasília), novamente no Estádio Casa Blanca, com transmissão da TV Brasil. As colombianas garantiram a vaga ao vencerem a Argentina nos pênaltis por 5 a 4, após empate sem gols no tempo normal.

Reencontro com clima de decisão

Brasil e Colômbia já se enfrentaram nesta edição da Copa América, em partida válida pela fase de grupos. O duelo terminou empatado em 0 a 0, mas o Brasil atuou com uma jogadora a menos durante boa parte da partida, devido à expulsão da goleira Lorena ainda na etapa inicial. O empate garantiu a liderança do Grupo B para a equipe brasileira.

Para Arthur Elias, o novo confronto será completamente diferente. “Final é sempre um jogo à parte. Estamos analisando a melhor estratégia e vamos levar em conta nossa evolução até aqui. A Colômbia tem qualidade, gosta de ter a bola, assim como o Brasil. É um clássico sul-americano que cresce a cada edição, marcado por respeito, rivalidade e futebol de alto nível. Vamos chegar mais preparados e confiantes”, declarou o técnico.

A decisão entre Brasil e Colômbia promete ser uma das mais equilibradas dos últimos anos. Enquanto o Brasil busca seu nono título, as colombianas tentam conquistar a competição pela primeira vez. A final também servirá como termômetro para as seleções que, além da glória continental, já miram os Jogos Olímpicos de Paris 2024, para os quais a Colômbia também está classificada via ranking da Conmebol.

Redação ANH