Tragédia em Quatro Barras: nove mortos em explosão em fábrica de explosivos

Uma explosão devastadora em uma fábrica de explosivos da Enaex Brasil, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, deixou o Paraná em choque na manhã desta terça-feira (13). Nove trabalhadores terceirizados, todos operadoras da unidade, morreram no acidente, enquanto outros sete ficaram feridos. As buscas por vítimas e avaliações estruturais no entorno da fábrica seguem em andamento.
O secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, destacou a complexidade da identificação das vítimas: os corpos ficaram fragmentados, exigindo exames de DNA comparativos com amostras familiares. A expectativa é que o processo de identificação leve cerca de um mês, com possibilidade de auxílio de laboratórios de outros estados, dada a gravidade do acidente.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Antônio Geraldo Hiller Lino, alertou sobre o alto poder destrutivo do material armazenado, espalhado pelo terreno e capaz de comprometer edificações vizinhas. O Esquadrão Antibombas de Curitiba está conduzindo análises técnicas para garantir a segurança do local e auxiliar na investigação das causas.
Entre as vítimas confirmadas estão jovens profissionais e pessoas com famílias, incluindo Camila de Almeida Pinheiro, 24 anos; Márcio Nascimento de Andrade, 38 anos, pastor evangélico; e Simeão Pires Machado, 35 anos, pai de dois filhos. Os trabalhadores estavam reunidos em uma área de 25 metros quadrados para uma oração de preparação de turno quando ocorreu a explosão, segundo imagens de câmeras internas da fábrica.
A Enaex Brasil afirmou que mantém todas as licenças legais para operação e que segue protocolos de segurança rigorosos. A empresa iniciou investigações internas e se comprometeu a prestar apoio integral às famílias das vítimas. A Prefeitura de Quatro Barras e a Defesa Civil acompanham a situação, avaliando danos em residências, comércios e prédios próximos.
O impacto do acidente foi sentido em pelo menos oito cidades da região, incluindo Curitiba, Piraquara, Pinhais e Campina Grande do Sul, provocando apreensão entre moradores e autoridades. A Polícia Civil e o Ministério Público do Trabalho seguem investigando as causas do episódio, enquanto equipes de resgate e especialistas analisam o material explosivo remanescente para evitar novos riscos.
A tragédia reforça a necessidade de protocolos de segurança rigorosos em indústrias de alto risco, assim como a importância de acompanhamento e suporte às famílias atingidas por eventos desse tipo.
Redação ANH/PR
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