Ana Marcela critica condições da prova após ficar em 6º nos 10km do Mundial

Ana Marcela Cunha termina em 6º nos 10 km do Mundial e critica condições da prova em Cingapura
A campeã olímpica Ana Marcela Cunha ficou fora do pódio na prova dos 10 km em águas abertas no Mundial de Esportes Aquáticos, realizado nesta quarta-feira (16) em Cingapura (horário local). A brasileira completou a disputa em sexto lugar, com o tempo de 2h09min21s90, e após a chegada não escondeu a frustração com as condições da prova marcada por calor extremo, poluição da água e adiamentos sucessivos.
"Foi um alívio quando cruzei a linha de chegada. Foram 36 horas de incertezas, adiamentos e insegurança. Primeiro, a preocupação era com o calor e a água quente. Depois, surgiu o alerta sobre a má qualidade da água. Isso tudo mexe com o emocional e a preparação dos atletas", disse Ana Marcela, em tom crítico.
A maratona aquática, como também é conhecida, enfrentou desafios logísticos desde o início da semana. A competição foi adiada duas vezes por conta das altas temperaturas e de alertas de poluição na praia de Palawan, em Sentosa, onde a prova foi disputada. Os termômetros chegaram a 31 °C, índice elevado para provas de longa duração e alta exigência física.
Ouro segue como sonho
Apesar do resultado fora do pódio, Ana Marcela reforçou o orgulho por sua trajetória na modalidade. A baiana de 33 anos é uma das atletas mais vitoriosas das águas abertas e já soma 17 medalhas em Campeonatos Mundiais, incluindo ouros nos 5 km e 25 km. A medalha dourada nos 10 km, porém, segue como o único título que ainda escapa.
“Desde 2006 venho disputando Mundiais, brigando por medalhas e representando o Brasil. Claro que queria muito esse ouro, ainda é um sonho. Mas um sexto lugar em uma prova difícil como essa também é resultado. Nem sempre é possível estar no pódio, mas sigo feliz com minha entrega e com tudo que já conquistei”, afirmou.
Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2021, na mesma distância, Ana Marcela evita falar em aposentadoria, mesmo com a aproximação dos Jogos de Paris, em 2024. "Não sei se terei outra chance nos 10 km, mas a vontade e o foco continuam os mesmos. Vamos ver o que o futuro reserva."
A outra representante do Brasil na prova, Viviane Jungblut, completou os 10 km na 17ª posição, com o tempo de 2h14min17s40.
Prova marcada por desistências
Além das condições adversas, a prova desta quarta-feira foi marcada por diversas desistências, tanto na disputa feminina quanto na masculina. No masculino, os brasileiros Luiz Felipe Loureiro e Matheus Melecchi representaram o país. Loureiro terminou na 20ª colocação com o tempo de 2h03min34s20, enquanto Melecchi ficou em 28º, com o mesmo tempo.
Brasil avança no polo aquático
Apesar do desempenho aquém do esperado nas águas abertas, o Brasil comemorou um resultado histórico no polo aquático masculino. Em uma partida emocionante, a seleção brasileira derrotou o Canadá por 19 a 18 e garantiu vaga na próxima fase do Mundial.
O duelo foi decidido nos pênaltis, após um empate em 11 a 11 no tempo normal. O grande destaque da partida foi Lucas Andrade, que marcou oito gols. Na disputa das penalidades, a equipe brasileira converteu oito cobranças, contra sete dos canadenses, sacramentando uma das vitórias mais expressivas da história recente do polo aquático nacional.
Com o resultado, o Brasil avançou no Grupo C e agora aguarda definição do adversário na próxima fase, com boas chances de brigar por um lugar inédito entre os semifinalistas da competição.
Redação ANH
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