TJ-PI é alvo de invasão e mandado falso criado por jovem preso pela polícia

Operação Hard Reset prende jovem em Goiás por invasão a sistemas judiciais e bancários com mandados falsos
A Polícia Civil do Piauí, em conjunto com a Polícia Civil de Goiás, Ciberlab/Senasp e a Superintendência de Operações Integradas (SOI), deflagrou na manhã desta quarta-feira (6) a Operação Hard Reset, que resultou na prisão temporária de um jovem de 18 anos, suspeito de invadir sistemas judiciais e bancários para fraudes e perseguições. A ação aconteceu na cidade de Itumbiara, interior de Goiás.
O acusado, identificado como Raniel Henrique, é apontado como responsável por acessar ilegalmente as credenciais de um juiz do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) para inserir um mandado de prisão falso contra um rival. Além disso, ele teria manipulado outras informações judiciais, causando prejuízos graves a terceiros.
Segundo o delegado Yan Brayner, da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil do Piauí, as investigações revelaram que Raniel teria utilizado o sistema do TJ-PI para cadastrar a suposta prisão com o intuito de prejudicar seu desafeto pessoal. A investigação aponta que ele também pode ter invadido sistemas do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Contas, onde teria inserido o nome do rival como devedor de pensão alimentícia e realizado bloqueios indevidos via Sisbajud — sistema utilizado para ordens judiciais de bloqueio financeiro.
A investigação teve início após o magistrado notar movimentações estranhas em seu perfil institucional e denunciar o caso à polícia. A partir desse momento, as equipes especializadas iniciaram um trabalho minucioso que levou à identificação e localização do suspeito em Goiás.
Durante as buscas, foram apreendidos equipamentos eletrônicos, como computador, HD e celular, que passam por perícia para coletar provas e identificar a extensão das ações fraudulentas. A polícia não descarta a possibilidade de que Raniel tenha atuado sozinho ou em conluio com organizações criminosas especializadas em crimes cibernéticos.
A operação foi autorizada pela Central de Inquéritos de Teresina, que baseou sua decisão em relatórios técnicos e pareceres do Ministério Público. O nome dado à operação, Hard Reset, faz referência ao termo usado na informática para a restauração completa de um sistema, simbolizando a tentativa das autoridades de restaurar a integridade dos sistemas invadidos e garantir a segurança das instituições envolvidas.
Especialistas em segurança da informação alertam para o aumento de casos envolvendo invasões e fraudes em sistemas públicos e privados, ressaltando a importância de investimentos em tecnologia e capacitação para prevenir tais crimes, que podem causar danos irreparáveis a pessoas e órgãos públicos.
O caso segue em investigação e novas informações serão divulgadas conforme o desenrolar das apurações.
Redação ANH/PI
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