Seja bem-vindo
Maceió,13/08/2025

  • A +
  • A -
Publicidade

Nova política nacional quer assegurar futuro saudável para crianças na primeira infância

Assessoria
Nova política nacional quer assegurar futuro saudável para crianças na primeira infância Governo institui Política Nacional para a Primeira Infância e abre mês dedicado ao tema. Foto: Fabiane de Paula

Brasil lança Política Nacional Integrada da Primeira Infância para garantir prioridade absoluta às crianças

O governo federal oficializou, no último dia 6 de agosto, a Política Nacional Integrada da Primeira Infância (PNIPI), marco inédito que pretende assegurar prioridade absoluta às crianças de zero a seis anos, promovendo um olhar integral e integrado para essa fase crucial do desenvolvimento humano. O decreto presidencial foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início do Mês da Primeira Infância, período dedicado a ações e debates sobre o tema.

A nova política estabelece diretrizes para fortalecer, ampliar e qualificar o acesso das crianças a bens e serviços públicos essenciais, como saúde, educação, assistência social e segurança alimentar. Coordenada pelo Ministério da Educação (MEC), a PNIPI envolverá também outras pastas estratégicas, como Planejamento e Orçamento, Desenvolvimento Social, Igualdade Racial e Saúde, articulando ações entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

O decreto prevê a elaboração de um plano de ação estratégico e a criação de indicadores para monitorar resultados em cada eixo estruturante. A meta é garantir que políticas setoriais dialoguem entre si e cheguem de forma coordenada às crianças e às famílias, respeitando as especificidades de cada região do país.

Integração e pacto federativo

A integração de dados será um dos pilares da PNIPI. Bases como o Cadastro Único, registros do MEC e informações do Ministério da Saúde deverão ser conectadas para permitir uma visão completa do desenvolvimento infantil e possibilitar respostas rápidas diante de situações de vulnerabilidade.

Para Claudia Vidigal, representante da Fundação Van Leer no Brasil, essa unificação de informações permitirá “enxergar a criança em todas as suas dimensões” e gerar alertas de risco, como identificar alunos fora da escola ou crianças com vacinas atrasadas. “Isso é intersetorialidade de fato: um setor apoiando o outro para garantir o desenvolvimento integral”, afirmou.

A política também reforça o pacto federativo, estimulando a cooperação entre governos federal, estaduais e municipais. Claudia destaca que a educação infantil, responsabilidade direta dos municípios, depende do apoio dos estados e do financiamento federal para ser efetiva.

Exemplo do Ceará

O Ceará é apontado como exemplo na área. No mesmo dia do lançamento da PNIPI, o governador Elmano de Freitas assinou o Plano Estadual da Primeira Infância, com 12 metas que incluem a redução da mortalidade infantil e materna, a diminuição da pobreza extrema e o combate à insegurança alimentar.

A vice-governadora e secretária de Proteção Social, Jade Romero, afirmou que o Estado já atua com políticas alinhadas à nova diretriz nacional. “O que a PNIPI propõe é olhar a criança como um todo, integrando áreas como saúde, educação, assistência social, igualdade racial e direitos humanos. No Ceará, isso já acontece”, disse.

Desafios e oportunidades

Para Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, a PNIPI é uma “grande aposta” para combater a pobreza e as desigualdades. “Ela é complexa por ser intersetorial, exigindo atuação conjunta de diferentes pastas nos três níveis de governo. Mas, se implementada com qualidade, pode transformar a vida das crianças que mais precisam”, avaliou.

A especialista lembra que o Ceará já tem trajetória consolidada na área, com programas reconhecidos nacionalmente, e pode servir de modelo para outros estados na implementação da política nacional.

Investimento de alto retorno

Estudos do economista e prêmio Nobel James Heckman mostram que cada dólar investido na primeira infância pode gerar retorno de até sete dólares na vida adulta, graças a melhorias na educação, saúde, produtividade e redução da violência.

Mariana Luz ressalta que crianças que vivem uma primeira infância saudável e estimulante aprendem até três vezes mais durante a trajetória escolar, têm menos chances de evasão e maior probabilidade de concluir os estudos. Além disso, há impactos positivos na saúde física e mental, na segurança pública e no combate a padrões de violência e racismo.

Prioridade para o presente e o futuro

A PNIPI pretende romper com a ideia de que a infância é apenas uma preparação para o futuro. Para Jade Romero, investir nesse período é investir no presente. “A primeira infância é uma janela de oportunidades única para construir uma sociedade mais justa, saudável e desenvolvida”, disse.

Com a política nacional, o Brasil dá um passo importante para integrar ações, reduzir desigualdades desde os primeiros anos de vida e criar condições para que todas as crianças alcancem seu pleno potencial. O desafio, segundo especialistas, será transformar o decreto em práticas concretas e duradouras, capazes de impactar a realidade das famílias brasileiras.

Redação ANH/CE




COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.