Turismo Afro e Ponto Cultural: valorizam herança afro-indígena e movimentam economia local em Alagoas

No próximo sábado (16), Joaquim Gomes, na Região Serrana dos Quilombos em Alagoas, será palco do lançamento de dois importantes projetos culturais: Afro Turismo e Ponto Cultural. A cerimônia acontecerá às 9 horas no Hùnkpámè Ayónó Hùndésô, no povoado Riacho Branco, e marca uma nova etapa na valorização da cultura afro-brasileira e indígena da região, por meio do fortalecimento do turismo e do resgate das tradições locais.
O projeto Turismo Afro nasce com o propósito de fomentar o afroturismo no estado, promovendo roteiros turísticos que destacam a ancestralidade e as práticas culturais afro-brasileiras em espaços tanto urbanos quanto rurais. Além de criar trajetos que valorizam essa herança, a iniciativa prevê a catalogação das casas de Axé, com capacitação para os agentes envolvidos e desenvolvimento de produtos turísticos focados no segmento. O objetivo é ampliar a oferta turística de Alagoas com foco no afroempreendedorismo e na economia local.
Roberto Monteiro, turismólogo e coordenador do Turismo Afro, ressalta que o turismo é uma das maiores atividades econômicas do estado e que o projeto visa impulsionar o crescimento sustentável por meio do fortalecimento das comunidades envolvidas. “Queremos promover a cultura negra e a economia local, criando oportunidades reais para os empreendedores dessas regiões”, afirma.
Paralelamente, o projeto Ponto Cultural, coordenado por doté Elias, fortalecerá um espaço que será dedicado à resistência cultural e à educação sobre as raízes afro e indígenas. A região abriga a tribo Wassu Cocal, e o projeto trará oficinas de culinária africana, manipulação de ervas medicinais, além de atividades para a confecção de instrumentos musicais e esculturas. A iniciativa pretende estimular o empreendedorismo dos artesãos locais e valorizar o conhecimento ancestral.
Durante o evento de lançamento, o público poderá conferir uma exposição com o material produzido pelas comunidades, além de apresentações culturais como o ritual Toré dos índios Wassu Cocal, capoeira, o coletivo Afrocaeté e o maracatu Acorte, fortalecendo o vínculo entre cultura, arte e identidade.
Ambos os projetos são apoiados pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), uma iniciativa do Ministério da Cultura que conta com o suporte da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas (Secult), reforçando o compromisso com a preservação cultural e o desenvolvimento socioeconômico da região.
Com essas ações, Alagoas dá um passo importante para valorizar sua diversidade cultural, ampliar o turismo temático e gerar renda para as comunidades tradicionais, reafirmando a importância da cultura afro-brasileira e indígena para a identidade do estado.
Redação ANH/AL
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