Laticínio clandestino que usava betoneira enferrujada para fabricar queijos em Girau do Ponciano é interditado
O estabelecimento também apresentava outras diversas irregularidades de higiene

Um laticínio clandestino foi interditado após ser flagrado usando uma betoneira enferrujada para fabricar queijos, em Girau do Poncioano, no interior de Alagoas. A autuação do estabelecimento foi realizada pela equipe Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco de Alagoas.
De acordo com as informações, o local apresentava condições insalubres, e os queijos eram fabricados dentro de uma betoneira, em meio a forte mau cheiro e com a presença de moscas.
O estabelecimento também operava sem licença ambiental, sem condições sanitárias adequadas e ainda utilizava produtos químicos proibidos para fraudar a produção de queijos.
Durante a vistoria, o Instituto do Meio Ambiente (IMA/AL) aplicou autos de infração e embargo das atividades, após constatar o despejo de efluentes diretamente no solo, a ausência do Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) e o armazenamento irregular de toras de madeira nativa. As práticas configuram grave dano ambiental.
A Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária (Adeal) apreendeu e inutilizou queijos fabricados de forma clandestina, diante da falta de boas práticas de manipulação e das condições de risco à saúde do consumidor. O órgão também emitiu dois autos de infração e termo de apreensão e inutilização do queijo.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV/AL) autuou o estabelecimento por não possuir registro no conselho e pela ausência da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), exigida para a industrialização de produtos de origem animal.
O Conselho Regional de Química (CRQ) também constatou fraude: a utilização de solução de peróxido de hidrogênio a 10% (água oxigenada) para adulterar o soro do queijo, substância proibida que, ao ser ingerida, pode causar sérios danos à saúde.
O Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) conduziu o responsável pelo laticínio à Central de Flagrantes de Arapiraca, onde foi lavrado Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pela falta de licença ambiental e por encontrar no local madeira nativa sem autorização. A Polícia Civil formalizou a prisão em flagrante pelo crime de poluição, em razão do descarte de resíduos diretamente no solo.
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