Pernambuco supera Ceará e assume maior rebanho do Nordeste

Ceará perde liderança na criação de galinhas do Nordeste para Pernambuco
Após dois anos consecutivos no topo da criação de galinhas no Nordeste, o Ceará voltou à vice-liderança em 2024, perdendo o posto para Pernambuco, que retomou a posição de maior rebanho da região. O dado é da Pesquisa Pecuária Municipal 2024 (PPM), realizada pelo IBGE.
No levantamento, o Ceará registrou 16,247 milhões de aves, crescimento de 4,7% em relação a 2023. Pernambuco, por sua vez, apresentou alta de 18,6%, alcançando 16,261 milhões de galinhas e superando o Estado cearense por uma diferença de apenas 14 mil animais.
“Embora o Ceará ainda mantenha um rebanho expressivo, Pernambuco já lidera há alguns anos em termos de galinhas poedeiras e estrutura de produção”, destaca João Jorge Reis, presidente da Associação Cearense da Avicultura (Aceav). Segundo ele, pesquisas internas da Aceav e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) indicam que Pernambuco concentra cerca de 11 milhões de galinhas poedeiras, quase o dobro do Ceará, que teria 7 milhões.
Concentração no Nordeste
Somados, os rebanhos de Ceará e Pernambuco representam 54% das galinhas da região, mostrando como a produção está concentrada nesses dois estados. Além disso, ambos mantêm posições de destaque nacional, ocupando a 7ª e 8ª posições no Brasil, atrás de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e outros estados do Sudeste e Sul.
Produção de ovos: Pernambuco também assume a liderança
A produção de ovos de galinha segue a mesma tendência. Em Beberibe (CE), município com maior rebanho cearense, o número de aves ultrapassou 4 milhões, mas a produção de ovos caiu cerca de 2 mil dúzias, passando de 87,4 mil em 2023 para 85,6 mil em 2024 — queda de 2,16%.
Enquanto isso, Pernambuco mantém o posto de maior produtor de ovos do Nordeste. O município de São Bento do Una registrou 151 mil dúzias de ovos, consolidando sua liderança regional. Beberibe segue em segundo lugar no Nordeste, mas agora com menor distância em relação a Tupã, interior de São Paulo, que se aproxima da produção cearense.
“Pernambuco tem uma produção quase duas vezes maior que a do Ceará, tanto em ovos quanto em frangos. Lá existem mais abatedouros e uma maior capacidade produtiva. Já o Ceará se mantém competitivo, mas o crescimento é gradual, acompanhando a demanda interna e externa”, explica João Jorge Reis.
Cenário nacional
No Brasil, o rebanho de galinhas alcançou 277,4 milhões de animais em 2024. São Paulo lidera com 56,7 milhões, seguido por Paraná (27,9 milhões) e Minas Gerais (24,9 milhões). Pernambuco e Ceará aparecem na 7ª e 8ª posições, respectivamente.
Entre os municípios com os maiores rebanhos do país, destacam-se:
Santa Maria de Jetibá (ES) – 14,856 milhões
Bastos (SP) – 11,643 milhões
São Bento do Una (PE) – 5,931 milhões
Primavera do Leste (MT) – 4,675 milhões
Beberibe (CE) – 4,042 milhões
Na produção de ovos, o ranking nacional é liderado por Santa Maria de Jetibá (ES), seguida por Bastos (SP) e São Bento do Una (PE), com Beberibe (CE) na quinta posição.
Perspectiva do setor
Apesar da perda da liderança no Nordeste, o Ceará mantém grande expressividade na avicultura regional, tanto em galinhas poedeiras quanto na produção de ovos. O Estado ainda é autossuficiente em ovos e fornece parte da demanda nacional.
“Nosso crescimento é condizente com a demanda, com produtividade de alto nível e atendimento às normas sanitárias. Pernambuco possui mais infraestrutura, mas o Ceará segue competitivo e com potencial de crescimento”, conclui João Jorge Reis.
Redação ANH/CE
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