Porto de Salvador: novo canal de acesso terá levantamento da fauna marinha

Inema autoriza consórcio da Ponte Salvador-Itaparica a realizar estudos da fauna aquática na Baía de Todos-os-Santos
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema) concedeu ao Consórcio da Ponte Salvador-Itaparica autorização para conduzir estudos sobre a fauna aquática na região onde será dragado o novo canal de acesso ao Porto de Salvador. A permissão, publicada em portaria nesta quinta-feira (2), tem validade de três anos.
Levantamento científico
De acordo com o órgão estadual, o estudo contemplará espécies das comunidades bentônicas — como peixes, crustáceos, moluscos, corais, anelídeos e equinodermos — e das comunidades planctônicas, incluindo fitoplâncton, zooplâncton e ictioplâncton. O objetivo é avaliar a biodiversidade e os possíveis impactos da obra no ecossistema marinho da Baía de Todos-os-Santos, considerada a maior do país.
Restrições e critérios legais
A autorização estabelece regras para a execução dos trabalhos. Entre as proibições impostas, estão:
acesso ao patrimônio genético sem observar a legislação federal;
coleta e transporte de fauna em áreas privadas sem consentimento dos proprietários;
exportação, comercialização ou criação de animais vivos e de material zoológico;
eutanásia de espécies exclusivamente para composição de coleções científicas.
O Inema reforça que o cumprimento dessas normas é essencial para garantir que o levantamento seja conduzido dentro dos parâmetros legais e de preservação ambiental.
A maior obra de infraestrutura da Bahia
Orçada em cerca de R$ 11 bilhões, a Ponte Salvador-Itaparica é considerada o maior projeto de infraestrutura da história da Bahia. As obras devem começar em junho de 2026 e a entrega está prevista para 2031.
O empreendimento será realizado por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo da Bahia e um consórcio chinês formado pelas empresas China Communications Construction Company (CCCC) e China Civil Engineering Construction Corporation (CCECC).
Conexão estratégica
Com extensão prevista de quase 13 quilômetros, a ponte ligará Salvador à Ilha de Itaparica, reduzindo significativamente o tempo de deslocamento entre a capital e a região do Recôncavo Baiano. A expectativa é de que a obra gere impacto direto no turismo, no escoamento de cargas pelo Porto de Salvador e no desenvolvimento econômico de municípios da região.
Debate ambiental em foco
Apesar do potencial econômico, a intervenção traz preocupações ambientais, especialmente relacionadas à dragagem e ao impacto sobre os ecossistemas marinhos e costeiros. Por isso, os estudos autorizados pelo Inema são vistos como etapa crucial para embasar as próximas fases do licenciamento ambiental.
Redação ANH/BA
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